A Azul Linhas Aéreas Brasileiras anunciou a suspensão de voos para 12 cidades brasileiras a partir de 10 de março de 2025. A companhia aérea citou os crescentes custos operacionais, a desvalorização da moeda e as restrições da frota como os principais fatores que impulsionaram essa decisão.
Os destinos suspensos abrangem vários estados, incluindo Barreirinhas (Maranhão), Cabo Frio e Campos (Rio de Janeiro), Correia Pinto (Santa Catarina) e várias cidades no nordeste do Brasil. A Azul já notificou os clientes afetados sobre essas mudanças.
Passageiros viajando para Fernando de Noronha enfrentam ajustes adicionais. A partir de 3 de março, os voos para a ilha operarão exclusivamente a partir de Recife. As conexões de Juazeiro do Norte serão redirecionadas para o Aeroporto de Viracopos, em Campinas, o principal centro operacional da Azul.
Essas mudanças de rede ocorrem em meio à reestruturação financeira abrangente da Azul. A companhia aérea eliminou recentemente aproximadamente US$ 1,6 bilhão em dívidas, ao mesmo tempo em que garantiu US$ 525 milhões em novos financiamentos. Essa revisão financeira reduziu as despesas com juros em quase R$ 1 bilhão para 2025 e além.
“Não vou continuar voando onde estamos perdendo dinheiro”, afirmou recentemente o CEO John Rodgerson. O executivo destacou como a depreciação do real brasileiro aumentou drasticamente os custos desde a fundação da companhia aérea em 2008.
Estratégia de crescimento da Azul para 2025
Apesar desses desafios, a Azul mantém uma perspectiva otimista para 2025. A empresa projeta receita recorde de R$ 20 bilhões e EBITDA de R$ 7,4 bilhões. Esses números representam um aumento de 40% em comparação ao desempenho pré-pandemia em 2019.
Os acordos de reestruturação devem gerar mais de US$ 300 milhões em fluxo de caixa adicional até 2027. Essa liquidez melhorada ajudará a Azul a manter a competitividade no mercado de aviação do Brasil.
Essas mudanças operacionais se desenrolam à medida que as discussões continuam sobre uma possível fusão entre a Azul e a Gol. O grupo Abra, que controla a Gol e a Avianca, assinou um memorando com a Azul para explorar a combinação de suas operações brasileiras.
A companhia aérea enfatizou seu compromisso em ajustar a capacidade às demandas do mercado, mantendo a qualidade do serviço. A maior operadora do Brasil em cobertura de rede continua avaliando as operações como parte de sua abordagem de “retorno ao básico” para 2025.