O icônico Museu de Arte de São Paulo (Masp) de São Paulo passou por uma transformação notável. Um novo prédio, que custou R$ 250 milhões (US$ 40) agora fica na Avenida Paulista, 1500. Essa expansão aumenta o espaço de exposição do museu em 66%. O projeto foi financiado inteiramente por doações privadas de 21 famílias.
Alfredo Setubal, CEO da Itaúsa e presidente do conselho do Masp, liderou o esforço de arrecadação de fundos. Ele trabalhou ao lado de Heitor Martins, um parceiro da McKinsey e presidente do museu. A campanha começou em 2017, visando famílias e empreendedores que entendiam a importância do museu para São Paulo.
A nova estrutura, chamada Pietro Maria Bardi, complementa o edifício brutalista original projetado por Lina Bo Bardi. Ele não compete com seu vizinho, mas sim aprimora a presença geral do museu. A fachada de metal ecoa as molduras das janelas do edifício original, criando uma harmonia visual.
Essa expansão marca uma década de mudanças significativas para o Masp. Em 2014, o museu enfrentou problemas financeiros, até mesmo cortes de energia devido a contas não pagas. Setubal e Martins intervieram, implementando um novo modelo de gestão e estratégia financeira.
Eles reuniram um grupo de 83 empreendedores para reestruturar o museu e levantar fundos. Seus esforços renderam frutos, garantindo R$ 70 milhões para estabilizar as finanças do Masp. Eles também estabeleceram um programa de patronos, com cada membro contribuindo com pelo menos R$ 55.000 anualmente.
A transformação do museu se estende além de sua expansão física. Sob a direção artística de Adriano Pedrosa, o Masp introduziu ciclos dinâmicos de exposições anuais. Isso inclui temas como “Histórias das Mulheres” e “Histórias Afro-Atlânticas”, que ganharam reconhecimento internacional.
O MASP de São Paulo dobra de espaço com novo prédio
O número de visitantes mais que dobrou na última década, de 300.000 para 650.000 anualmente. A coleção do museu cresceu em 1.070 novas obras. Em 2019, o Masp adquiriu 124 peças de artistas mulheres, preenchendo lacunas em seu acervo.
O edifício Pietro Maria Bardi tem 70 metros de altura, 14 andares e quase 8.000 metros quadrados de espaço. Ele abriga cinco galerias, áreas multiuso, salas de aula e um laboratório de conservação. O edifício original exibirá o acervo permanente, enquanto o novo abriga exposições temporárias.
Essa expansão representa mais do que apenas crescimento físico. Simboliza uma mudança no financiamento e na gestão cultural no Brasil. Doadores privados e expertise corporativa revitalizaram uma instituição em dificuldades, criando um modelo de sustentabilidade cultural.
O renascimento do Masp demonstra o poder da iniciativa privada na preservação e expansão do patrimônio cultural. Mostra como a perspicácia empresarial pode ser aplicada a instituições artísticas, garantindo sua longevidade e relevância em um mundo em mudança.